Refletindo sobre maternar

Mês passado (agosto de 2013) voou e quase nem tive tempo de comemorar um grande momento de vida: meus 35 aninhos ou a passagem do 5° para o 6° setênio. Uma nova e importante fase na minha biografia será escrita. Isso é bastante emocionante. Ao mesmo tempo, a realização de mais um desafio: novo lar com a pequena e a construção de novos projetos, novos trabalhos, novas profissões...
Enfim, a vida nos impulsionando sempre pra frente...

11° módulo de Formação ANEP Brasil

No meio do curso de formação da ANEP, ganhei alguns presentes super simples, mas também super especiais. Um deles foi o melhor bolo fofo que já comi na vida, de chá! Amei! Pena que não deu nem tempo de tirar uma fotinho, mas me valeu a cantação do "Parabéns a você", rsrsrsrs. Gratidão, meninas da fraternidade. Sem esse gesto, eu não teria tido níver comemorado, huahuahuahua, devido a tanta correria :p

Outro presente foi a carta que recebi de uma nova amiga. Após passarmos cerca de um dia e meio convivendo, as palavras que ela usou para me descrever e para demonstrar o impacto que minha presença causou na vida dela foi incrível!!!! Típico presente de alma pra alma mesmo, sabe?
Não?! Ora, ora... experimente... Ou você está deixando de viver e está apenas sobrevivendo, o que tem sido o mais comum ultimamente.

Essa fofa pode me observar com minha filha e notou como desenvolvo meu trabalho de maternar e como construo o vínculo com minha filha, tentando contribuir para que esse ser se manifeste livremente neste mundo e faça o seu melhor trabalho, dê o seu melhor, sem contudo me tornar uma mãe negligente ou evasiva.

Não... Não é fácil... É uma arte. Uma arte aprendida dia após dia, com muita dedicação e muitos questionamentos.

Outras mães também já teceram comentários semelhantes e isso tudo me levou a pensar se isso é algo que se possa ser ensinado, compartilhado. Se o modelo de maternagem que tenho praticado é algo construído ou inerente ao ser.

Nesse exercício, me dei conta que muito provavelmente este maternar é fruto do modus operandi, ou do modo como escolhi ir vivendo a vida. Sobre a filosofia de vida que pratico (ou tento, rsrs). Sobre a minha história de busca pelo auto-conhecimento desde tenra idade e, claro, de outras vidas, já que isso é algo em que acredito. E, claro também, de anos e anos de terapia, rsrsrsrs.

Como nada é por acaso, tropecei aqui na net num artigo sobre parentar pela paz e de forma consciente, onde a autora expressa que a coisa mais importante que se pode fazer por um filho é "curar nosso passado e nos tornar mais disponíveis para a conexão".

Foi a cereja que faltava no meu bolo, para me dar mais convicção ainda de que "somos vítimas de vítimas", mas que não precisamos seguir dessa forma e perpetuar erros antigos. A certeza de que pais bem resolvidos preparam filhos melhores e pais frustrados destroem e minimizam o potencial de suas crias.

Sim, há sempre o mérito do esforço pessoal, daquelas pessoas que mesmo tendo histórias de início de vida difíceis, infâncias violentas e traumáticas, ainda assim conseguem muitas realizações na vida adulta. Mas, as marcas do passado estarão lá, exigindo esforços diários, utilizando energia que poderia estar sendo investida em atividades mais construtivas, colaborativas.

Por isso, vejo que cada vez mais e mais se torna urgente lançar mão de todos os recursos terapêuticos para reprogramar nossos traumas, fazer as pazes com o passado e com o presente, para a construção do tão almejado futuro de paz. Sem essa cura, não vejo como.

Toda vez que perdemos a paciência, gritamos ou batemos nos nossos filhos, são nossas próprias feridas que estão lá gritando, nossa incapacidade de lidar com a vida, com as frustrações, com a dor...
Se nós, adultos, não temos essa capacidade de auto-controle, como exigir isso dos nossos pequenos, que sequer possuem capacidade fisiológica para tal?!

Tsc, tsc, tsc... Trabalhemos, irmãos! Trabalhemos! Um passinho de cada vez, um degrauzinho a mais todo dia e o trabalho vai sendo feito. O importante é não ter medo de olhar para essas nossas dores, essas nossas feridas. O importante é não temer e não rejeitar a cura.

Se não por si próprio, se para isso ainda falta coragem, faça-o por seus filhos. Sei que esse fator costuma ser bastante motivador para os pais se superarem. Se você ainda não tem filhos, pense nos que terá, nos netos, bisnetos... Não pensa em procriar, rsrsrs?! Ora... então, faça-me o favor de ser melhor só para o ar ficar mais leve, que tal? ;p

Procure ajuda. Existem inúmeros profissionais maravilhosos, dispostos a lhe guiar, lhe apoiar. Eu mesma tenho me dedicado intensamente a me tornar uma profissional desse naipe e serei muito grata pela oportunidade de lhe ajudar.

Sinta-se profundamente abraçad@, com todo o carinho e respeito que almas podem trocar :)
Sem julgamentos, sem preconceitos, apenas permitindo-se banhar num mar de Amor e Luz
Namastê!

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