Minha Cristal Pela Primeira Vez na Praia

Filha... Domingo passado, 14/07/2013, fomos à praia. Foi sua primeira visita, primeira vez que colocou os pezinhos na areia e no mar, ao menos, com este corpinho novinho em folha :)
Foram momentos tão ricos, simples e preciosos que passei com você, que senti a necessidade de registrá-los em palavras, para quando você crescer.
Por várias vezes, meus olhos se encantam ao ver você em ação (ou até mesmo na inação, enquanto dorme) e fico pensando “cadê a câmera, preciso filmar isso!”
Penso que isso demonstra a necessidade que temos de reter esses momentos, como se pudéssemos segurá-los com as mãos e evitar que se vão... Talvez seja uma demonstração do quão apegados ainda somos.
É tudo tão lindo que dá vontade de transformar tudo em uma pintura, em um quadro de beleza infinita, para que todos possam admirá-lo por toda a eternidade.
Porém, o ritmo da vida é mais exigente. Se paro para filmar e/ou fotografar, também perco a essência do momento, que se esvai tão rapidamente, tão rápido quanto a velocidade com a qual você tem crescido, filha querida.
E, assim, vou levando esta nova vida, tentando mesclar essas nuances: às vezes, filmo e fotografo; noutras, me dou total liberdade para apenas curtir e tentar gravar tudo nos mais profundos recônditos da minha alma, para que, quando eu ficar velhinha e nostálgica, querendo reviver esses momentos, quando você estiver já me dando netos e bisnetos, eu possa reconfortar meu coração com essas imagens tão calorosas.

Então, filha, devo hoje lhe contar que mamãe teve um chamado de alma, uma vontade morninha e aconchegante de lhe proporcionar um passeio à praia. Mamãe ainda estava um pouco preocupada, porque seria algo totalmente novo para nós e um lado meu temia. Medos bobos que, se lhes damos força, nos paralisamos. Medos de precaução que, também, se não lhe damos o devido valor, podemos cair em imprudências. E, assim, mais uma vez, recorri à balança, à ponderação, ao auto-conhecimento, a um olhar acolhedor aqui pra dentro da minha alma para ninar esses medos e abraçá-los com carinho e respeito, reconfortando-os e mostrando que o monstro não é assim tão feio e que podemos encontrar momentos prazerosos se conseguimos superá-los.
E que bom que eu consegui realizar esse trabalho interno e que o fluxo da vida correu naturalmente, seguindo minha intuição, meu coração, deixando os medos de lado, acalentados, acolhidos, porém não evidenciados.
E que delícia que foi o nosso passeio! Pra mim, cheio de aprendizados e significados!

Pela manhã, acordamos bem e fomos tomar café numa padaria. Você estava muito animada e feliz, comeu pães, frutas, tomou poucos goles de suco de laranja. Então, no caminho à estrada, dormiu no carro, bem gostoso.

Acordou só quando já estávamos à beira-mar, quando fui lhe tirar do carro. Já suada, porque durante a viagem a temperatura foi subindo e você sempre transpira muito enquanto dorme. Tirei você da cadeirinha, explicando, feliz, que estávamos na praia e que você a conheceria! Você parecia sentir na pele o ar diferente que pairava sobre nós. Seu sorriso, seus olhos, seu olhar curioso e feliz fizeram meu espírito agradecer por estar aqui! Não consigo descrever em palavras o quanto eu senti a sua gratidão por também estar ali. Era como se você já conhecesse o lugar, como se já soubesse por quais "novas" experiências você passaria nas próximas horas. Uma tranquilidade infinita, uma segurança certeira me atingiu. Estava tudo bem! Tudo calmo e tranquilo e teríamos um lindo dia.

Ainda no carro, troquei sua roupa, colocando o seu maiô e um chinelinho de dedo, também pela primeira vez (ouuunnn, que fofa!). Você parecia saber de cor e salteado tudo o que estava acontecendo. Atravessamos a avenida e você chacoalhava as perninhas e os bracinhos, muito sorridente, ainda no meu colo. E, daí pra frente, foi só alegria! Você agiu como se estivesse em casa.

Fomos logo molhar os pezinhos na água fria do mar. Confesso que nunca pensei que viveria tudo isso em pleno inverno, rsrsrsrs. Você veio mesmo pra sacudir todos os meus "pré" conceitos.

Mostrei uns brinquedos que lhe comprei de véspera, baldinho com pás e forminhas e logo você compreendeu a brincadeira.


Além disso, andou quilômetros atrás das pombinhas e cachorrinhos que apareciam, sempre estalando os dedinhos e chamando "au-au" para todos os bichinhos, rsrsrs. Eu ria e tentava, em vão, explicar que os que tem asas são "piu-piu" ou "pi-pi", rsrsrsrs

Cheguei a pensar que talvez o sol no seu rosto poderia lhe irritar, como acontece quando você está no carro e o tapa-sol não dá conta de lhe proteger os olhinhos. Porém, isso não aconteceu. Você só curtiu! Assim também com a areia e as diferentes texturas. Pensei que talvez você fosse estranhar algo, mas não... Você se permitiu testar, brincar, experimentar todas as texturas de extensão da praia onde estávamos, desde a areia mais fofa e quentinha da entrada da praia até a areia fria e molhada da entrada do mar. 

E eu AMEI viver tudo isso com você, ao seu lado!
ETERNA GRATIDÃO por me escolher e me permitir vivenciar isso tudo com você, filha!


Após muita brincadeira e muito mamá, almoçamos e você simplesmente desmaiou no ring sling de verão preto, cobertinha por uma canga da mamãe, antiga. A mesma canga que me serviu de toalha e decoração na primeira casa onde mamãe foi viver a experiência de morar sozinha, há cerca de 13 anos. Interessante as surpresas que a vida nos prega, ou como essas fitas se entrelaçam...

Com você dormindo nos meus braços, tranquila e confiante, naquele cansaço gostooooosooooo de quem aproveitou muito o dia, percebemos que o dia já tinha rendido o que deveria e que já era tempo de voltar. Sem pressa, sem estresse, só na paz e na tranquilidade. 

De volta ao carro, você acordou quando fui lhe vestir para encarar o frio que muito provavelmente nos esperava em São Paulo. Uns choramingos esperados, mas sabíamos que o balançar do carro lhe ajudaria a voltar a dormir novamente. 

E assim, voltamos desse dia lindo, felizes e agradecidas.

Te amo, filha! :)

“Diante da vastidão do tempo e da imensidão do Universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.” (Carl Sagan)

2 comentários:

  1. Meu pai mora em Santos e a Nina vai à praia desde sempre, então não tivemos esse momento de conhecer o mar consciente como este da Cristal. Imagino que deve ter sido incrível. Vamos combinar de pôr essas pequenas para explorar juntas. Aliás, pergunta: ela comeu areia? A Nina comeu quilos!

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    1. Ah, querida, demorô para combinarmos, então! Olha... Que eu tenha notado, ela não comeu areia da praia, não. Mas, pode ser porque ela já está habituada a comer a areia do quintal do berçário, rsrsrsrsrs. Nem sei se ela continua ainda com essa mania, mas quando entrou lá em fevereiro, cheguei a pensar que iriam me cobrar uma taxa extra para repor areia da casa de madeira, rsrsrsrs

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